A passagem de Guido Schaffer pela cidade de Queluz – SP não pode ser esquecida. Tendo sido um dos últimos locais pelo qual nosso querido homem de Deus passou, é vital preservar a memória das pessoas que o conheceram e que tiveram suas vidas mudadas por ele em nossa pequena cidade.
Hoje tenho a honra de residir na mesma rua onde este Servo de Deus passou seus últimos dias na terra. Tenho tido a graça de conhecer muitas pessoas que conviveram com ele e que se recordam de seus feitos únicos e caridosos em nossa cidade.
Abaixo deixo registrado os principais relatos e experiências que consegui encontrar da passagem de Guido Schaffer por Queluz SP.
Residência
Guido morou por aproximadamente 6 meses na cidade, pouco antes de seu falecimento em 2009. A casa que escolheu para fixar residência foi a dos amigos Hélio e Miúda (Heronildes), muito conhecidos em Queluz por sua piedade e relacionamento próximo com a Canção Nova.
Na casa, Guido possuía um pequeno quarto, onde guardava seus poucos pertences e praticava seus momentos íntimos de oração. Seu Hélio relata que sua vida de oração era intensa, com muitos momentos de estudo da bíblia e meditação da palavra.
Não possuia televisão ou outros dispositivos avançados da época (em 2009 já tínhamos os smartphones e a banda larga estava às vésperas de estourar). A simplicidade aliada à uma intensa vida de oração marcaram profundamento Seu Hélio e Dona Míuda, que o acolheram comoa um filho durante esta fase de sua vida.
Era comum as pessoas da cidade irem até a casa deles para pedir orações para Guido, especialmente de cura e libertação. Em vários episódios, ele rezava por elas e estas encontravam não apenas a cura para seus males, mas também a paz.
Seu apostolado era intenso e não tinha hora para começar e nem acabar, exigindo do casal uma intensa disposição. Aliás, essa vida ativa foi uma das marcas de Guido por Queluz. Com todos que falo, é sempre interessante notar como ele trabalhava incansavelmente pela salvação das almas.
Trabalho
Quando esteve em Queluz, Guido exerceu ativamente a medicina. Trabalhava como médico em um posto de saúde perto da residência, dispensando assim a necessidade de utilizar veículo para se locomover na cidade.
Estimo que da casa ao trabalho, a pé, bastavam cinco minutos. Os relatos das pessoas que foram atendidas por ele são inspiradores.
Marta, por exemplo, católica, mãe de família e professora, conta como era impressionante a forma como ele atendia. Sempre cuidadoso e atencioso, além de bom profissional, deixava claro a preocupação com a saúde espiritual do paciente.
Após o atendimento, ao saber que era católica, ele inclusive a convidou para um momento de oração na capela do Santíssimo na Matriz, não muito longe dali.
Ela relata que era impressionante ver a intimidade dele com Cristo na Eucarístia. Sua adoração era profunda e silenciosa, parecendo esquecer completamente de tudo quando estava na presença de Jesus, absorto em suas orações.
Outra paciente, Eliana, católica, mãe de família e contadora, lembra-se da ocasião que precisou de atendimento no posto de saíde, e ao fim da consulta, impressionou-se quando o médico Guido pediu para fazer uma oração por ela.
Portanto fica dfícil identificar quando estava sendo médico das almas e médico do corpo: para Guido era uma coisa só.
Missão
Em Queluz, Guido atuou ativamente na evangelização das almas, promovendo retiros e encontros na fazenda Bela Aurora e também na paróquia da cidade.
Muitos relatam como era inspirador trabalhar ao seu lado, especialmente devido a seu carisma de pregador e missionário. Ajudou a fundar o grupo Obra Nova, responsável por renovar profundamente a fé das pessoas na cidade, sendo que até hoje este grupo possui grandes frutos.
Um dos principais integrantes deste grupo, Kanney, homem de fé católica sólida e policial aposentado, conta que certa vez, ao saírem da Igreja Matriz em pleno inverno, um andarilho se aproximou deles pedindo ajuda. Ele conta que Guido não pensou duas vezes, sacou sua jaqueta e entregou para o homem, que saiu incrédulo com a ação do servo de Deus.
Seu sonho era fundar uma comunidade de vida aqui, talvez inspirado por Padre Jonas na Canção Nova, possivelmente em uma fazenda retirada, onde os consagrados se entregariam completamente a Deus.
Uma seguidora de Guido, Kelly, jovem católica praticante, enfermeira, conta que na época eles começaram a se reunir com o objetivo de ter uma vida de oração mais intensa. Ela relata que eles rezavam diariamente o ofício divino, além de outras práticas que Guido os instruia para que se aprofundassem na fé católica.
Ouvi também relatos de algumas pessoas que ao serem apresentadas a essa ideia de iniciar uma comunidade, a consideraram radical demais, indicando que a radicalidade dos santos estava realmente presente neste jovem.
Outros relatos
Tentei sintetizar neste post os principais relatos que coletei até então sobre a passagem de nosso querido sevo de Deus por Queluz. Muito mais poderia ser dito, por isso, pretendo atualizar esse artigo regularmente com mais relatos daqueles que conviveram com Guido.