Imitação de Maria – Da vida oculta

Ocultar-se dos homens não se refere ao afastamento de nossos compromissos e de nossas amizades. A vida oculta, que a Virgem Maria experimentou, consistia em bem viver a virtude da humildade, rejeitando às honras e glórias que o mundo oferecia. Ela procurou levar uma vida como a de seu Filho Jesus, uma vida oculta em Nazaré.

O mundo contemporâneo incita-nos a desejar a estima dos homens, visando uma vida de riquezas, vaidades e poder. Entretanto, exorta-nos o salmista: “Não dura muito o homem rico e poderoso: é semelhante ao gado gordo que se abate.” (Sl 48, 13). O fim daquele “que se gloria na abundância de seus bens…” (Sl 48, 7) é a inimizade com Deus e a morte eterna.

De fato, desejar somente a Deus e não aos homens, é um exercício de piedade que requer insistência e perseverança. O bom cristão deve se espelhar na vida ascética que levaram os padres do deserto, como Santo Antão. Desde cedo quiseram consagrar-se a Deus, desprezando os prazeres mundanos e mortificando-se a si mesmos. Voltemos nossos ouvidos para a narração de São Mateus: “Nem todo o que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mt 7, 21).

Aqueles que gostam de se exibir na comunidade, na família, no trabalho, muito mais falam de espiritualidade do que a praticam. Portanto, tomemos cuidado para não cairmos nas armadilhas do demônio, dando espaço à presunção e ao orgulho; esforcemo-nos para levar uma vida pura e sem mancha. São João Maria Vianney nos diz: “O demônio tenta somente as almas que querem sair do pecado e aquelas que estão no estado de graça. As outras já lhe pertencem, não precisa tentá-las.”. Quanto mais nos entregarmos ao Senhor, mais seremos tentados pelo inimigo, portanto, é preciso estar sempre vigilante!

Roguemos à Virgem Santíssima que olhe por nós, seus filhos, para que possamos imitá-La. Não é fácil tarefa ser como Maria, requer de nós muito esforço, piedade e luta contra o que é mal, mas é possível se nos abrirmos à graça santificante e deixar que a mesma produza em nós bons frutos.

Reflexão sobre o Capítulo XVIII – Livro II – Imitação de Maria – Da vida oculta

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